terça-feira, 30 de novembro de 2010

Brincos de Cereja


Os teus brincos de cereja... És doce e natural. (...)
Nobres senhoras, venho de jangada e terei um dia um veleiro. Ferido de indecisões? Curado com o canto das mulheres de carapinha. Ai... as flechas que vêm do mar. Flechas que vêm do mar... Explosões. Granadas citrinos. Mensagens por interpretar. Sejam Gregas ou Troianas: ardor. Chama da Lua cheia.

Aquela Sala

Durante a noite o ponteiro dos minutos parava e discretamente o mais pequeno ia correndo de hora em hora mergulhando num silêncio profundo. O camião do lixo passava sem nada dizer antes que a cheia Lua se erguesse... ou enganado estava.
E quem mo disse foram as velas que aquela sala iluminavam e que em requinte recordo como se de uma longíqua memória se tratasse. Velas que mo diziam enquanto choravam... babavam saudade da parte de mim que naquela sala ficou.
Esta é a nostalgia de uma divisão que estático vi mudar.

domingo, 28 de novembro de 2010

Portugal, a Política e o Amor

E se em vez de seguirem os exemplos do costume em que cessa com os pontos nos is entre rodapés e primeiras páginas, demonstrassem sensatez abraçada à coragem e colocassem as cedilhas nos cês?

Crime Exige Propaganda


Calçada feita de gente
Homens ficam à janela
Meninas leêm o jornal
Chão coberto de camisas

Ao entrar na sala toda negra
Há um brilho!
Vejo sombra de mim mesmo
Última ceia sem sentido?

Jogo de diagonais
Tofu pasta nos campos
Fotocópias tipo passe
Arqueiros tomam claras.

As uvas nasceram para ter graínhas

Esta é a história de umas uvas e de uma mulher.

Até já uivas sem graínha
Dona Senhora não minha
Atenta cegas trilhos
Arbustos que arredondam
E fruto que não é colhido
Fruto do mais puro dos egoísmos.
Gárgulas de pedra que assombra
Terá cor quando escreveres

Até já uivas sem graínha.
Até já uivas sem graínha.

domingo, 21 de novembro de 2010

Quando o Roque conhece a Pope

Confessou que a alegria que a exalta
A faz sentir inveja do que não é
Sexo efervescente que se dissolve
Amor que a pope tem e não cessa.

Condena o caminho que vive a fuga
À natureza pura da sua origem
Drogas da madrugada que me algemou
Sonha hoje com tardes laranjada.

Correu meio mundo e não voltou
Reformou-se mudou de decadência.

sábado, 13 de novembro de 2010

Capítulo Cinco

Depois de jangada construída e lançada a vontade ao mar, chegou o momento de reunir esforços e erguer mastros, velas e bandeiras.
Quem em terra ficou, reze com devoção porque no mar... não há oração.