quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Vem aí Setembro

















Parecia que a noite não acabava ali.
Indecentemente cruzaram-se as sinceridades
Ontem quando a noite aclarava
Longe da sentença da proximidade.
Há, porém, sorrisos que carimbam
Anos que passam sem passar
Quase como se um relógio parasse
Uivasse e esperasse contar.
Esse relógio de dez ponteiros
Relógio de adolescência e futuro incerto
Objecto não de ouro, contudo sensível,
Mas sempre teimando que um dia iria parar.
O dia chegou e ficou
Romãs amargas que diluídas se cravaram na recordação
Desses tempos ingénuos
E que agora são o que são.
Respostas reticentes
Outras evidentes de mais
Sem alcançar a previsibilidade
Tomando como ponto de partida um inocente chá de Romã.
Essa vontade ou desejo aparente
Uma selva de emoções que não presas em jaulas não escapam
Silvas nos corações e nas palavas
Liberdades que são e em tempos não foram
Á, sem "h", cabelos lisos que chamam por ser tocados.
Brinco com o acento para a direita
Isto é gozo e o querer a tua mão
Ouso ousas ousar ousadia
Setembro detonador da sagaz paixão.